23/12/11
22/12/11
esta espécie de coração
Dir-se-ia antes uma casa...
20/12/11
I just wanted you to know
![]() |
Nicolas Winding Refn | Ryan Gosling: Drive, 2011
Driver: I won't keep you long. I have to go somewhere now. I don't think I can come back. I just wanted you to know, just gettin' to be around you, that was the best that ever happened to me.
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19/12/11
Era uma vez...
15/12/11
Beber a vida
Falemos de casas
14/12/11
Não sei...
ao pé de ti
13/12/11
2X2=4
12/12/11
"Não"
07/12/11
O importante não tem tamanho
01/12/11
um problema de distribuição
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The Seventh Seal, 1957 | Ingmar Bergman
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CENA UM
(A Morte vagueando - usa um fato preto de malha no qual os ossos do seus esqueleto são vivamente sugeridos por borrões de tinta branca; e a sua máscara imita cruamente um crânio humano descarnado. Entram lenta e desanimadamente, um figura prodigiosamente barriguda num fato de Pai Natal de um vermelho desbotado e roído pela traça, usando uma máscara com a face familiar do Pai Natal, um velho de barba e bem-disposto)
Morte: - Algum problema, companheiro?
Pai Natal: - Sim.
Morte: - Doente?
Pai Natal: - Angustiado.
Morte: Qual é o problema? Vamos - fala.
Pai Natal: - Tenho tanto para dar; e ninguém quer receber.
Morte: - O meu problema também é de distribuição, só que é ao contrário.
e.e.cummings in, eu:seis inconferências
[Charles Eliot Norton Poetry Lectures]
[Charles Eliot Norton Poetry Lectures]
30/11/11
para ti: tu e eu
29/11/11
abrir aspas segurança fecha aspas
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© Yves Klein, 1960 "Un homme dans l'espace ! Le peintre de l'espace se jette dans le vide !" |
"Tal como me calhou a ventura miraculosa de ter um verdadeiro pai e uma verdadeira mãe, e uma casa que a verdade do seu amor tornou alegre, assim - quando estendi os braços para fora deste amor e desta alegria - tive a sorte maravilhosa de tocar e agarrar um mundo insurrecto e lutador; um mundo imprudente, cheio de curiosidade da própria vida; um mundo vívido e violento acolhendo todos os desafios; um mundo digno de ser odiado e adorado e disputado e perdoado: em resumo, um mundo que era um mundo. Este mundo interiormente imortal da minha adolescência recua até até às suas raízes sempre que, hoje em dia, vejo pessoas dotadas de pernas rastejando sobre as suas próprias faces atrás de abrir aspas segurança fecha aspas. «Segurança?» encho-me de espanto «o que é isso? Uma coisa negativa, nãomorta, suspeita e suspeitadora; uma avareza e uma abstenção; a maldade submissa de uma retirada; uma complacência numerável e uma cobardia inumerável. Quem estará "seguro"? Todo e qualquer escravo. Nenhum espírito livre alguma vez sonhou com "segurança" - ou, se o fez, riu-se; e viveu para envergonhar o seu sonho."
e.e.cummings in, eu:seis inconferências
[Charles Eliot Norton Poetry Lectures]
28/11/11
Amavam-se
27/11/11
Aldina Duarte
24/11/11
menos do que o inconveniente
23/11/11
Agora
22/11/11
Depois
20/11/11
Aldina Duarte
19/11/11
17/11/11
Respira
01/08/11
os dois juntos
28/07/11
"Do you know..."
Do you know what people did in the old days when they had secrets they didn't want to share? They'd climb a moutain, find a tree, carve a hole in it, whisper the secret into the hole and cover it up with mud. That way, nobody else would ever learn the secret...
He remembers those vanished years
As looking through a dusty window pane. The past is something he could see but not touch
And everything he sees is blurred and indistinct.
in, In The Mood For Love | Wong Kar-Wai
26/07/11
Para ti.
12/07/11
havemos de arder juntos
22/06/11
recomeçar o mundo
20/06/11
Depois, viu-o endireitar o corpo
«Um cavalo passou a galope no cruzamento da rua principal com o caminho de Contla. Ninguém o viu. Todavia, uma mulher que estava à espera nas imediações da aldeia contou que tinha visto o cavalo a correr com as pernas dobradas como se estivesse prestes a cair de bruços. Reconheceu o alazão de Miguel Páramo. E até pensou: «Este animal vai partir o pescoço.» Depois, viu-o endireitar o corpo e, sem abrandar a corrida, caminhar com o pescoço atirado para trás como se viesse assustado por algo que deixara para trás.»
Juan Rulfo
15/06/11
as tuas mãos
07/06/11
"to eternity"
música | Nick Cave and The Bad Seeds | From Her to Eternity, 1984
imagens | Der Himmel über Berlin | Wim Wenders, 1987
06/06/11
Era uma vez
Six Suites for Unaccompanied Cello, Suite No. 1 in G Major BWV 1007
1. Prelude 2. Allemande 3. Courante
Performed by Yo-Yo Ma
"Era uma vez... Era uma vez e portanto será."
in, As Asas do Desejo | Wim Wenders
belezas
amor,
bach,
cinema,
música,
os filmes da minha vida,
wim wenders,
wings of desire
01/06/11
20/05/11
Contigo aprendi
Contigo aprendi coisas tão simples como
a forma de convívio com o meu cabelo ralo
e a diversa cor que há nos olhos das pessoas
Só tu me acompanhaste nos súbitos momentos
quando tudo ruía ao meu redor
e me sentia só e no cabo do mundo
Ruy Belo
música: Wolfgang Amadeus Mozart | Piano Concerto No. 23 in A major, K488 - II Adagio
imagens: Terrence Malick | The New World, 2005
belezas
amor,
cinema,
mozart,
música,
poesia,
ruy belo,
terrence malick,
the new world
19/05/11
Como queiras, Amor
18/05/11
a importância de uma coisa...
"...que a importância de uma coisa não se mede com fita métrica nem com balanças nem barômetros, etc.
Que a importância de uma coisa há que ser medida pelo encantamento que a coisa produza em nós."
Manoel de Barros
12/05/11
10/05/11
Morrer gregamente
09/05/11
06/05/11
Ela morreu
Ela morreu Como morre no Oriente a nuvem vermelha ao romper do dia,
A nuvem de beleza imensa que o sol inveja
E em glória se alevanta para roubar
A sua cor.
Ela morreu Como morre o clarão breve e fugaz da luz do Sol
Que a sombra persegue correndo veloz.
Não mais cai a chuva, a glória passou e ela morreu
Como o arco-íris.
Ela morreu Como morre a neve na praia caída à beira do mar
E a maré subindo, serena e lenta e sem piedade
E vai cobrindo sem nunca ver nem admirar
Sua brancura.
Ela morreu Como morre a voz da harpa que ao soar vai esmorecendo doce e
solene.
Como num conto de encantar ela morreu
Um conto que ninguém ouvira e estava ainda
Em seu início.
Ela morreu Como morre o luar que da Lua desce
E o marinheiro da noite escura se arreceia.
Como um sonho doce ela morreu e ao sonhador veio
A tristeza.
Ela morreu Ao acordar sua beleza, Sem ela o Céu
Não fora o Céu. Ela morreu e assim o Sol
Na madrugada se vai erguer e apagar.
Evan Maccoll
A nuvem de beleza imensa que o sol inveja
E em glória se alevanta para roubar
A sua cor.
Ela morreu Como morre o clarão breve e fugaz da luz do Sol
Que a sombra persegue correndo veloz.
Não mais cai a chuva, a glória passou e ela morreu
Como o arco-íris.
Ela morreu Como morre a neve na praia caída à beira do mar
E a maré subindo, serena e lenta e sem piedade
E vai cobrindo sem nunca ver nem admirar
Sua brancura.
Ela morreu Como morre a voz da harpa que ao soar vai esmorecendo doce e
solene.
Como num conto de encantar ela morreu
Um conto que ninguém ouvira e estava ainda
Em seu início.
Ela morreu Como morre o luar que da Lua desce
E o marinheiro da noite escura se arreceia.
Como um sonho doce ela morreu e ao sonhador veio
A tristeza.
Ela morreu Ao acordar sua beleza, Sem ela o Céu
Não fora o Céu. Ela morreu e assim o Sol
Na madrugada se vai erguer e apagar.
Evan Maccoll
05/05/11
Ela...
The Irrepressibles | Mirror Mirror, 2010
"Uma tristeza sepulcral habita estes bosques.
Há um escasso feixe da distante luz solar que perfura o maciço das copas
e ilumina a terra. Como é profundo o silêncio. Interrompido apenas pelo sussurro
do vento inquieto ao passar por estes bosques velhos. Chega-nos ao ouvido
a estranha melodia feita aqui na morada selvagem." F.M.
03/05/11
Nada, nada
02/05/11
assim é mais fácil ver-lhe o rosto
21/04/11
contigo
como Kar-Wai entregou a Chow
e este às ruínas de Angkor Wat,
procura, também tu, um sítio alto
e confia, sem temor, o teu maior segredo
a uma árvore. quando fizer sombra
em tarde estivais, ou te der flores e frutos
para chegares menos sozinho à morte,
o teu segredo virá sentar-se silencioso
contigo, e pensarão juntos uma mão
mais terna para os dedos vorazes da noite.
renata correia botelho, in small song
19/04/11
15/04/11
12/04/11
tu és o meu nome
07/04/11
sobre mim
06/04/11
05/04/11
31/03/11
por acaso somos nós...
"O acaso? É difícil dizer que não existe, mas de qualquer maneira ia-me convencendo de que grande parte daquilo que parece acontecer «por acaso» somos nós que fazemos com que aconteça; somos nós que, depois de mudarmos os óculos com que olhamos o mundo, passamos a ver aquilo que antes nos escapava e por isso pensávamos que não existia. Resumindo, o acaso somos nós." Tiziano Terzani
30/03/11
perfeitamente
© Robert Gligorov - Stars Watcher, 2006
"Como é que, então, agora tão perfeitamente consciente, tão sensível às oscilações do vento ou da luz, te ergues silenciosamente sob o azul do ar? Em ela estás imerso." F.M.
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29/03/11
28/03/11
O mais importante
© Fjorge | Évoramonte, 2010
"O mais importante a fazer neste mundo é arranjar algo para comer, algo para beber e alguém que nos ame." Brendan Behan in, Nova Iorque
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25/03/11
Era uma vez
© Robert Gligorov
ELE: «Quem no mundo pode afirmar que alguma esteve unido assim a um outro Ser humano? Eu Sou Uno. Nessa noite eu aprendi o que era o espanto. Ela levou-me a casa. E encontrei-me em casa. Era uma vez... e portanto Será! Terei vivido dentro dela. Somente o espanto sobre Nós, o espanto sobre o Homem e a Mulher que fez de mim um ser humano. Eu sei agora aquilo que nenhum Anjo sabe.» in, As Asas Do Desejo
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11/03/11
uma síntese disto tudo
© Maria | Agosto, 2009
é porque existe o desejo, o olfacto, e o medo,
e os vivos apaixonam-se por outros vivos,
e lembram-se, por vezes, do enorme número de mortos,
e dentro destes há alguns que os fazem desligar a luz e o trabalho,
e o quotidiano aí já não basta,
porque o coração tem em certos dias um orçamento incomportável
E não basta então a mulher que amamos,
nem os filhos
- os que nos vão sobrevive no tempo -
e é preciso sair, e não basta sair para a rua e correr,
é preciso sair dos ossos,
fugir do obrigatório, à casa,
encontrar dentro dos bolsos o bocado de uma carta, de um mapa,
fragmento que possa reconstruir o caminho para a casa da infância
onde Deus era chocolate e o resolvíamos
assim, de uma vez, porque o comíamos
Porque mais tarde crescemos e ganhámos
dinheiro, família, e alguns outros assuntos,
mas perdemos qualquer coisa de que é impossível falar,
de que não sabemos falar.
E é preciso isso tudo,
e por quase tudo o que faltou dizer,
é por isso que é bom, por vezes,
suspender a noite e o coração,
e obrigar o cérebro à paragem surpreendente.
E é por isso que é bom, por vezes,
ocuparmos o corpo no acto de sentar,
e pedir, então, à arte, à literatura, ao teatro,
que nos salve,
por enquanto,
antes de morrermos.
Gonçalo M. Tavares
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