04/12/12

dois que se elegeram


© Maria | Ginkgo biloba, outono de 2012

A folha desta árvore que de Leste
Ao meu jardim se veio afeiçoar,
Dá-nos o gosto de um sentido oculto
Capaz de um sábio edificar.

Será um ser vivo apenas
Em si mesmo em dois partido?
Serão dois que se elegeram
E nós julgamos num unidos?

Pra responder às perguntas
Tenho o sentido real:
Não vês por meus cantos como
Sou uno e duplo, afinal?

J. H. Goethe 
[versão de Paulo Quintela]

2 comentários:

  1. As árvores adormeceram, alguém passa e parece chamá-lo. Não se ouviria no ar em que os pássaros se escondem e os nomes se apagam no tempo. E ele, apenas ele, fica de braços levantados à espera de algo, não se sabe o quê.

    Bela a fotografia, assim (quase) como tu.
    Beijo-te,

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  2. Limito-me a "fazer falar o que não tem palavra, o pássaro que pousa no beiral, a árvore na Primavera e a árvore no Outono..." Italo Calvino

    Se há beleza aqui, não é por um acaso. Estavas ao meu lado naquele exacto instante e isso é tudo.

    Beijo-te,

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