22/01/13

© Tod Papageorge


[Ensinaste-me
a entrar sem saber por onde sair.

[
Mas para que hei-de sair
de onde quero ficar?
]
 
Nuno Júdice

2 comentários:

  1. Ensinaste-me o meu corpo, permitiste desencadear a paixão, acendes-me para lá da fértil imaginaçâo.

    Beijo-te,

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. "Em quem pensar, agora,senão em ti? Tu, que
      me esvaziaste de coisas incertas, e trouxeste a
      manhã da minha noite. É verdade que te podia
      dizer: "Como é mais fácil deixar que as coisas
      não mudem,sermos o que sempre fomos,mudarmos
      apenas dentro de nós próprios?" Mas ensinaste-me
      a sermos dois;e a ser contigo aquilo que sou,
      até sermos um apenas no amor que nos une,
      contra a solidão que nos divide. Mas é isto o amor:
      ver-te mesmo quando te não vejo,ouvir a tua
      voz que abre as fontes de todos os rios,mesmo
      esse que mal corria quando por ele passámos,
      subindo a margem em que descobri o sentido
      de irmos contra o tempo,para ganhar o tempo
      que o tempo nos rouba. Como gosto,meu amor,
      de chegar antes de ti para te ver chegar: com
      a surpresa dos teus cabelos,e o teu rosto de água
      fresca que eu bebo,com esta sede que não passa.Tu:
      a primavera luminosa da minha expectativa,
      a mais certa certeza de que gosto de ti,como
      gostas de mim,até ao fundo do mundo que me deste."

      Nuno Júdice

      Beijo-te,

      Eliminar