07/09/12

Meu amor,

Barcelona, 2009


Como queiras, Amor, como tu queiras.
Entregue a ti, a tudo me abandono,
seguro e certo, num terror tranquilo.
A tudo quanto espero e quanto temo,
entregue a ti, Amor, eu me dedico.

Nada há que eu não conheça, que eu não saiba,
e nada, não, ainda há por que eu não espere
como de quem ser vida é ter destino.

Como tu queiras, meu Amor, como tu queiras.

Jorge de Sena

2 comentários:

  1. "Tão lentamente, como alheio, o excesso de desejo,
    atento o olhar a outros movimentos,
    de contacto a contacto, em sereno anseio, leve toque,
    obscuro sexo á flor da pele sob o entreaberto
    de roupas soerguidas, vibração ligeira, sinal puro
    e vago ainda, e súbito contrai-se,
    mais não é excesso, ondeia em síncopes e golpes
    no interior da carne, as pernas se distendem,
    dobram-se, o nariz se afila, adeja, as mãos,
    dedos esguios escorrendo trémulos
    e um sorriso irónico, violentos gestos,
    amor..."

    [Jorge de Sena]

    Beijo-te,

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  2. Eras o primeiro dia inteiro e puro
    Banhando os horizontes de louvor.
    Eras o espírito a falar em cada linha
    Eras a madrugada em flor
    Entre a brisa marinha.
    Eras uma vela bebendo o vento dos espaços
    Eras o gesto luminoso de dois braços
    Abertos sem limite.
    Eras a pureza e a força do mar
    Eras o conhecimento pelo amor.

    Sophia Mello Breyner Andresen

    És.
    Beijo-te,

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