09/08/14

Tudo o que não vivi, li.



Se estiveres curiosa acerca do que escrevo, não te posso ser útil, nunca soube falar dos meus romances. Mas conto-te uma história: há uns anos encontrei num hospital psiquiátrico um doente que me disse: tudo o que não vivi, li. Confesso que gostaria muito de ter inventado aquele homem louco e de ter sido eu a criar aquela frase. Mas o homem louco não é mentira nenhuma. O louco existia mesmo, dolorosamente em carne e osso, com aquela frase naquela tarde acobreada de Outono. Tudo o que não vivi, li.

Dulce Maria Cardoso, in Autobiografia - Tudo São Histórias de Amor

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