13/05/13

© Romain Jacquet-Lagrèze

"Sabes que mais, querida? Quando estás assim triste, também eu estou triste. Sinto-me como se tivesse o instinto enterrado algures dentro de mim, no meu corpo, na minha alma; bom, algures. Quando te vejo triste, fico triste. É como se um computador dentro de mim dissesse: QUANDO VIRES QUE RUYA ESTÁ TRISTE, FICA TRISTE TAMBÉM.
Também posso ficar triste sem motivo, e de forma igualmente súbita. Posso estar a meio de um dia normal, ocupado com o frigorífico, com o papel, com os meus pensamentos ou o meu cabelo. O meu pensamento escapa-se numa tangente: «esta vida...» - mas paremos por um momento."

Orhan Pamuk, in Outras cores - ensaios sobre a vida, a arte, os livros e as cidades

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