19/11/12

o amor que lemos nos olhos

© Florian Henckel von Donnersmarck | As vidas dos outros, 2006


“(...) as pupilas dilatam-se e há amor no olhar. Não o amor que se sente pelo trabalho ou por uma amante ou não importa qual fogueira de paixão que a maioria de nós escolhe para dizer que ama. É o amor que lemos nos olhos das pessoas de idade casadas e felizes juntas há dezenas e dezenas de anos, ou naqueles crentes de tal maneira crentes ao ponto de dedicarem a sua existência à fé: um amor que se mede naquilo que custou, no que foi preciso renunciar por ele. Que tenha havido uma ‘escolha’ ou não deixa de ter importância… é precisamente a renúncia a si mesmo e ao poder de escolher que dá forma a esse amor.” David Foster Wallace inDF Wallace enquanto experiência religiosa por Rui Catalão

2 comentários:

  1. "eram os teus olhos, labirintos de água, terra, fogo, ar,
    que eu amava quando imaginava que amava. era a tua
    a tua voz que dizia as palavras da vida. era o teu rosto."

    [J.L. Peixoto]

    São.

    ResponderEliminar
  2. Liberdade não conheço outra senão a liberdade de estar preso a alguém

    Cujo nome não posso ouvir sem um calafrio;
    Alguém por quem me esqueço desta existência mesquinha,
    Por quem o dia e a noite são para mim o que queira,
    E o meu corpo e espírito flutuam no seu corpo e espírito
    Como troncos de árvore perdidos que o mar submerge ou levanta
    Livremente, com a liberdade do amor,

    A única liberdade que me exalta,
    A única liberdade por que morro.

    Tu justificas a minha existência:
    Se não te conheço, não vivi;
    Se morro sem te conhecer, não morro, porque não vivi.

    Luís Cernuda

    Beijo-te,

    ResponderEliminar