29/11/14


Kate Bush | The Sensual World, 1989

28/11/14

do you prefer crash and burn, or burn and crash?

© Claude Nori


You put two people who have not been put together before. Sometimes it is like that first attempt to harness a hydrogen ballon to a fire balloon: do you prefer crash and burn, or burn and crash? But sometimes it works, and something new is made, and the world is changed. Then, at some point, sooner or later, for this reason or that, one of them is taken away. And what is taken away is greater than the sum of what was there. This may not be mathematically possiblle; but it is emotionally possible.

Julian Barnes, in Levels of life

27/11/14

© Martin Siegling | escultura de Onorato Toso


Que beleza Por um minuto
a morte

Raymond Carver

26/11/14

© Bernardo Martins, 2014


"This shimmering space, where imagination and reality intersect - where all life and tears and joy exist, this is the place, this is where we live."

Nick Cave, in 20,000 Days On Earth

25/11/14

© Iain Forsyth & Jane Pollard | 20,000 Days On Earth2014


"Your limitations make you the wonderful disaster you most probably are."

Nick Cave

24/11/14

 © Iain Forsyth e Jane Pollard | 20,000 Days On Earth

“Memory is what we are. Your very soul and your very reason to be alive are tied up in memory.”

Nick Cave, in 20,000 Days On Earth

23/11/14


© Iain Forsyth & Jane Pollard, 2014

"All our days are numbered. We cannot afford to be idle. To act on a bad idea is better that to not act at all... wbecause the worth of the idea never becomes apparent until you do it. Sometimes this idea can be the smallest thing in the world, a little flame that you hunch over and cup with your hand and pray will not be extinguished by all the storm that howls about it. If you can hold on to that flame great things can be constructed around it that are massive and powerful and world-changing... all held up by the tineast ideas." 

Nick Cave, in 20,000 on earth (pode ser visto aqui)

21/11/14

Ocorrem-me palavras:

© Margaret Durow

lua flutuar sereno.

Manuel de Castro

19/11/14

© Nuri Bilge Ceylan | Climas, 2006


Não posso dar-te mais do que te dou
este molhado olhar de um homem que morre
e se comove ao ver-te assim presente tão subitamente

Ruy Belo

18/11/14

© Nuri Bilge Ceylan |  For my father, 2006



Não entreis docilmente nessa noite serena, 
porque a velhice deveria arder e delirar no termo do dia;
odeia, odeia a luz que começa a morrer.

No fim, ainda que os sábios aceitem as trevas,
porque se esgotou o raio nas suas palavras, eles
não entram docilmente nessa noite serena.

Homens bons que clamaram, ao passar a última onda, como podia
o brilho das suas frágeis ações ter dançado na baia verde,
odiai, odiai a luz que começa a morrer.

E os loucos que colheram e cantaram o vôo do sol
e aprenderam, muito tarde, como o feriram no seu caminho,
não entram docilmente nessa noite serena.

Junto da morte, homens graves que vedes com um olhar que cega
quanto os olhos cegos fulgiriam como meteoros e seriam alegres,
odiai, odiai a luz que começa a morrer.

E de longe, meu pai, peço-te que nessa altura sombria
venhas beijar ou amaldiçoar-me com as tuas cruéis lágrimas.
Não entres docilmente nessa noite serena.
Odeia, odeia a luz que começa a morrer.

Dylan Thomas

17/11/14

A sua voz é bem o único som que se ouve por sobre a água

© Joanna Chudy 


- rouca e fresca, é a mesma voz de antes.

Pensemos, deitados
na margem, naquele verde mais escuro e mais fresco
que submergiu o seu corpo. Depois, um de nós
mergulha na água e atravessa, mostrando os ombros
em braçadas espumosas, o verde imóvel.

Cesare Pavese

15/11/14


Anna von Hausswolff | Ceremony, 2013


Depois a escuridão subiu, soprando pelos flancos nus das colinas e atingindo os eruditos cumes das montanhas onde a neve se aloja na dura rocha, mesmo quando os vales estão repletos de arroios e de folhas amarelas das videiras e as raparigas sentadas nas varandas olham a neve protegendo o rosto com leques. Depois a escuridão cobriu também as raparigas.

Virginia Woolf, in As ondas

14/11/14

Dia 36.

© Tiago Figueiredo | Skye, 2014


Um único banco acolhe quem se queira sentar, entre a estrada e a enseada. Uma placa diz "Em memória de Donald 'Diddley' MacDonald, (1936-2010), muito amado e valorizado por esta comunidade". Sento-me. Quem seria Donald? O que fez, como viveu, como pensou? Quanto tempo passou sentado aqui, quanto amou e dedicou a Skye para merecer tão bonito e útil memorial?

Tiago Figueiredo

13/11/14

© Bernardo Martins, 2014

Uma palavra caída 
das montanhas dos instantes
desmancha todos os mares
e une as terras mais distantes...

Cecília Meireles

12/11/14

© Miguel Branco | untitled, 1997 (oil on wood)

Despe o casaco e os colãs. Deita-se na cama. Os dedos dos pés estão frios, a camisa de noite, a cama estão frias. Os olhos estão frios. Ouve o coração bater na almofada.

Herta Müller, in Já então a raposa era o caçador

11/11/14

encontrar a sabedoria enquanto foge;


Haley Bonar | Last War, 2014


fugir enquanto aprende.


Gonçalo M. Tavares, in Uma Viagem à Índia

10/11/14

© Brassaï


Então, ela voltou-se. Apagou a chama da vela. Fechou a porta e abriu os seus soluços que continuaram a ouvir-se, confundindo-se com a chuva.

Juan Rulfo, in Pedro Páramo

08/11/14


© Kate Bush | 50 words for snow, 2011

e

'no frio, floresce o seu
coração seco' 

Hans Magnus Enzensberger
Theo Bleckmann | Hello Earth! – The Music of Kate Bush

Running Up That Hill


Hoje,

07/11/14

© Bernardo Martins, 2014


Long, long she suffered his gaze and then quietly withdrew her eyes from his and bent them towards the stream, gently stirring the water with her foot hither and thither. The first faint noise of gently moving water broke the silence, low and faint and whispering, faint as the bells of sleep; hither and thither, hither and thither; and a faint flame trembled on her cheek.

James Joyce, in Portrait of the Artist as a Young Man

06/11/14

© Erica NyholmA room of one’s own

Estamos nus? Temos os nossos ossos e os nossos órgãos, a nossa pele e a nossa carne. Há uma fita de sangue a prender o teu cabelo. Não tenhas medo.

Dylan Thomas, in Uma Visão do Mar e outros contos.

04/11/14

© Martin WhatsonNew Street Art - Asakusa / Tokyo, Japan

Well, less is more...

03/11/14

So I live - so I'm real careful now.

© André Kertész

And it's also why I think I cultivate normality.

David Foster Wallace, in Although of course you end up becoming youself - a road trip with David Foster Wallace

02/11/14

© Alex Brüel Flagstad | Agnes Obel, 2014