30/04/14

© Paul Kohl | An Indian Holiday - Wandering in Fertile Fields, 2013

"If you think of the two great leaders of thought during India’s independence movement, namely, Mahatma Gandhi, and Rabindranath Tagore, they differed completely on the issue of formal school education. Tagore was very keen on education: reading, writing, arithmetic and science, along with play. Gandhi, on the other hand, had a very different approach. He was very sceptical of formal education and thought that education should be acquired through work, in a practical way. But I think that is a way, really, of not educating people much. Tagore was very critical of that. When Gandhi had said that you can bring about great personal improvement by spinning a wheel, Tagore responded that spinning a wheel consists of endlessly turning the wheel of an antiquated machine with a minimum of imagination and a maximum of boredom." Amartya Sen, in "India must fulfil Tagore's vision, not Gandhi's" - JP O'Malley, The Spectator, 2013

© Paul Kohl 

28/04/14

It’s got something to do with love.


Wild Beasts | Present Tense, 2014



© Marion Berrin

Num repente o nosso olhar intensifica-se.
Aproximamo-nos como se não houvera senão ar.

Mark Boog

26/04/14

© Alfredo Cunha 

Um fotógrafo com 'olhar de puto' viu Portugal mudar.

25/04/14

Paulo de Carvalho, 1974

24/04/14

Onde estava você no 25 de Abril?

© Alfredo Cunha | 25 de Abril de 1974


«Onde estava você no 25 de Abril?» Na verdade, ninguém pode dizer onde estava no 25 de Abril. Porque estivemos todos num sítio indizível e indiscernível, algures fora de nós (ou talvez dentro de nós).
Uma manhã despertámos e o sonho (para alguns o pesadelo...) era do lado de cá. As coisas, os rostos, as ruas, os nomes, pareciam todos os mesmos, mas algo fundamental tinha mudado radicalmente à nossa volta, sem compreendermos bem o quê. Tentámos cegamente ver no meio de tanta súbita luz com os olhos cheios ainda de escuridão, e muitos dos acidentes (de percurso e de discurso) desses dias tiveram por causa desse deslumbramento encadeamento. Imagine-se o que é, de repente, ao fim de 48 anos de sisudez, (...). Tínhamos adormecido num país e acordado (se, de facto, acordáramos) noutro, próximo e espantoso, uma espécie de heterónimo onde até nós nos parecíamos estranhos, um mundo, ou algo como um mundo, "indiscutível e inexplicado / sem saber-viver mas cheio de alegria de viver / sóbrio e embriagado / nocturno e diurno / sólito e insólito / e belo como tudo" como Prévert disse da lanterna mágica de Picasso.
A língua alemã tem uma palavra para essa sensação ao mesmo tempo de reconhecimento e de estranheza (de "estranhidão", se houvesse tal palavra), unheimlich; e o inglês tem eery, ou weird. O português que falávamos (...) não tinha palavras para isso, e a única que érmos capazes de pronunciar, e onde julgávamos que cabia então tudo, era «liberdade». Por isso a gritámos na rua, sem sabermos o que dizíamos. E o nosso coração corria desabaladamente, tropeçando, à frente da nossa razão, completamente aturdida no meio de uma formidável overdose de contraditória e convulsa realidade. Quem se surpreenderá que, durante esse dia absoluto, não soubéssemos onde estávamos nem quem éramos e flutuássemos, náufragos perdidos e felizes, meio metro acima da existência?

Manuel António Pina, in Por outras palavras & mais crónicas de jornal

23/04/14

© Craig McDean

Search for a definition

AMBIGUITY: NOT QUITE ONE THING, not quite the other. Ambiguity resisty category. It won't fit into the pigeonhole, the neat box, the window frame, the encyclopedia. It is a formeless object or a feeling that can't be placed. And there is no diagram for ambiguity, no stable alphabet, no arithmetic. Ambiguity asks: Where is the border between this and that?

Siri Hustvedt, in Living, thinking, looking - essays

22/04/14

© Margaret Durow

"Não devíamos ter medo de ler de mais ou de menos. Seria aconselhável entregarmo-nos à leitura da mesma forma que nos alimentamos ou que fazemos exercício."

Henry Miller, in Os livros da minha vida

O século XX exposto perante nós.




"85 mil filmes de que resultam 3500 horas de século XX (ou, para sermos mais precisos, 3500 horas de mundo, o do Ocidente, registado entre 1896 e 1976) totalmente disponíveis e partilháveis no canal do YouTube onde a British Pathé alojou todos os seus arquivos .

Mário Lopes, aqui.

21/04/14

© Brooke Shaden

"It’s got something to do with love. With having the discipline to talk out of the part of yourself that can love, instead of the part that just wants to be loved. I know this doesn’t sound hip at all." 

David Foster Wallace

You Can't Win, Charlie BrownDiffraction/Refraction, 2014

20/04/14

This... This is what I'm talking about.

HBO, 2014


This is what I mean when I'm talkin' about time, and death, and futility.

To realize that all your life, all your love, all your hate, all your memories, all your pain, it was all the same thing. It was all the same dream, a dream that you had inside a locked room, a dream about being a person. And like a lot of dreams, there's a monster at the end of it. 

Rust Cohle, in True Detetctive

19/04/14

© Sergio Larraín, 1957

"Muitas vezes estou tão afastado de tudo que a única forma que tenho de «regressar» é ver o mundo pelos olhos dos meus filhos." Henry Miller, in O Big Sur e as laranjas de Jerónimo Bosch

18/04/14

© Wes Anderson | The Grand Budapest Hotel, 2014


"Nunca se sabe porque é que um determinado grupo de pessoas se dá bem, mas como o Bill [Murray] dizia ontem, a razão pela qual trabalhamos com o Wes [Anderson] é gostarmos dele. É a simples afeição humana pelo Wes e pelo que ele está a criar; existe uma certa integridade. Os actores respeitam esse convite para fazer parte de algo que se está a criar sem interferências." Ralph Fiennes, in Ípsilon

17/04/14

Noite perfeita, ontem...

© Vera Marmelo | How Can We Be Joyful in a World Full of Knowledge

"Noite perfeita, ontem, na apresentação do álbum de Bruno Pernadas. Um cenário tropical lindo. Onze músicos em palco dotados e sem peneiras. Uma música descomplexada na forma como absorve influências, porque só dessa forma as pode transcender. Um teatro municipal que acreditou na proposta. E finalmente, João Paulo Feliciano, o editor, o incentivador, o tipo incansável e disponível para dar condições à expressão da noite de ontem. Tiro-lhes o chapéu. Nem todas as noites podem ser assim. Se assim fosse, não eram especiais. Mas é bom ver que, de vez em quando, neste contexto belicoso onde estamos metidos, um grupo de rapazes e raparigas, sem grandes balbúrdias e, principalmente, sem querer demonstrar nada, se limita a fazer, e fazendo-o da forma luminosa e briosa como ontem, faz toda a diferença." 

Vitor Belanciano   

© Vera Marmelo 

more than a title...

HBO | True Detective, 2014

Creative Director Patrick Clair details the creation of the title sequence for us.

16/04/14

© Wes Anderson | The Grand Budapest Hotel, 2014

Mr. Gustave: "You see, there are still faint glimmers of civilization left in this barbaric slaughterhouse that was once known as humanity. Indeed that's what we provide in our own modest, humble, insignificant... oh, fuck it."

É hoje.

Bruno Pernadas


"Há um mundo de sons encantatórios, não sabemos se efabulados, se à deriva na memória de quem os toca, que são visitados em How Can We Be Joyful in a World Full of Knowledge. Nesta viagem musical tudo está de passagem, tudo é provisório. O título do disco é muito bonito porque a música, numa expedição em que prazer e aventura são sinónimos, procura mesmo responder à pergunta nele contida. A felicidade não é o conhecimento contido no mundo, mas todos os pequenos mundos que se vão descobrindo e interligando no acesso ao conhecimento." 

Rui Catalão

15/04/14

Bruno Pernadas & Full Band 

How Can We Be Joyful in a World Full of Knowledge


"Tão boas me pareceram todas as músicas, em cuja escolha adivinhei uma erudição professoral, julguei tratarem-se de covers de temas menos conhecidos, mas não menos brilhantes, dos grandes compositores de standards. No final do concerto, ainda sob o efeito do êxtase, perguntei-lhe de quem eram os temas. Quando Pernadas me respondeu que eram todos dele excepto um, a cabeça quase me saltou do pescoço. Nada é tão chocante como descobrir que o motivo do nosso espanto está plantado à nossa frente." 

Rui Catalão

14/04/14

Love is the drug?

© Banksy | Mobile lovers, 2014
© Banksy | Mobile lovers, 2014

12/04/14

 © João Bento | Bruno Pernadas


"nada nos preparou para o arrojo conceptual de How Can We Be Joyful In A World Full Of Knowledge, uma maravilha pop, de propensão instrumental de um álbum que obriga a anos de reverência." 
© Westwood & Strides 


How Can We Be Joyful In A World Full Of Knowledge

09/04/14



No tempo em que havia tempo, 


06/04/14

© Craig McDean

O truque é manter a verdade sempre à cabeça da nossa consciência no dia a dia.

David Foster Wallace

05/04/14

Hi! My name is Nao, and I am a time being. Do you know what a time being is?

Well, if you give me a moment, I will tell you.
A time being is someone who lives in time, and that means you, and me, and every one of us who is, or was, or ever will be.


And if you're reading this, then maybe by now you're wondering about me, too.
You wonder about me.
I wonder about you.
Whoa are you and what are you doing?

Ruth Ozeki, in A Tale for the Time Being

04/04/14

No one can truly escape her or his subjectivity. There is always a I or a We hiding somewhere...

© Annabel Clark - Siri Hustvedt's desk

"How do we see, remember, feel, and interact with other people? What does it mean to sleep, to dream, and to talking about? 
Who we are and how we got that way remain open queries, not only in the humanities but in the sciences as well.
I have come to believe that no single theoretical model can contain the complexity of human reality." 

Siri Hustvedt, in Living, thinking, looking - essays

03/04/14

© Saul Leiter

"Todas as histórias pessoais são simples e tenebrosas. Não me comovi. Comovido já eu estava: com as coisas, comigo, com a chuva sobre a cidade."

Herberto Helder, in Os Passos Em Volta

It’s my responsability to react to what I see in society.


02/04/14

©  Forgemind ArchiMedia | Japanese architect Shigeru Ban: a temporary tower made of paper tubes - London Design Festival, 2009
August 29, 2011

Dear Paul,


I recently came across a posthumously poem by A. R. Ammons: Getting old gets old, he says; even tying to find something new to say about getting old gets old. I don't feel that way at all, though I am nearly as old as Ammons was when he wrote the poem. Things keep being revealed to me, or at least coming into sharper focus. What I see, I see more cleary than when I was young. Am I deluded?
(...)
The world keeps throwing up its surprises. We keep learning.

Yours fraternally,
John


01/04/14

"Os livros salvaram-me. É a primeira vez que digo isto em voz alta. "

Dulce Maria Cardoso, in A biblioteca - livremente inspirado em factos reais


© Sirio