03/04/17

© Vivian Maier 

Agora penso. Porque fazemos nós alguma ideia de como a felicidade e a infelicidade são distribuídas? Elas surgem no interior do humano, tal como bem pensa a maioria das pessoas no nosso tempo racional, e somos nós mesmos que criamos a nossa felicidade ou infelicidade, a questão é o que se entende por 'nós mesmos' num tempo assim - se não é apenas uma concentração de células que concretizam um código genético e que é modificado por experiências, que são activadas ou desactivadas por pequenas tempestades electroquímicas, de maneira que algo determinado seja sentido, pensado, dito, feito? E que as consequências exteriores disto criam uma nova tempestade interior, e uma subsequente série de sentimentos, pensamentos, verbalizações, gestos? 

Karl Ove knausgård, in No Outono

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