05/08/14

© Teresa Nabais 

Não poderíamos viver no mundo sem a distância interior que nos separa das coisas. Se tudo fosse plenamente presente, não seríamos o que somos e se ainda fôssemos seres humanos estaríamos tão emaranhados na espessura do real que não poderíamos distinguir os seres e as coisas e, como numa densa floresta em que não houvesse caminhos nem intervalos entre as árvores, não poderíamos sequer dar um passo. A separação é inerente à condição humana desde o momento em que o feto é expulso do ventre materno.

António Ramos Rosa, in A infatigável superficialidade da existência - Prosas seguidas de diálogos

2 comentários:

  1. Aparece a mulher, de corpo coberto de estrelas. Os olhos são o que mais chama atenção; pequenos espelhos amendoados. Sei que são espelhos, sem dúvida, vejo-me neles.

    Beijo-te,

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  2. 'Sou eu que caminho para ti,
    diz a mulher.'

    Jaime Rocha

    Beijo-te,

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