© Teresa Nabais |
"Não há uma fronteira nítida entre a imaginação e a recordação. Quando oiço um paciente, não estou a reconstruir os «factos» de uma história, estou atento aos padrões, à cadeia de emoções e às associações que nos podem orientar no sentido de evitar a repetição do sofrimento e que nos podem conduzir a uma compreensão articulada. Como Inga disse, nós construímos as nossas narrativas e essas histórias criadas são inseparáveis da cultura que vivemos. Às vezes, no entanto, há fantasias, delírios ou invenções inequívocas que se fazem passar por autobiografia. Torna-se necessário, então, fazer uma distinção mínima entre o que são factos e o que são ficções. A dúvida é um sentimento desconfortável..."
Siri Hustvedt, in Elegia para um Americano
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