02/09/14

© Inge Morath | Nova Iorque, 1957

A literatura é o único lugar em qualquer sociedade onde, na privacidade das nossas cabeças, podemos ouvir vozes que falam de tudo de todas as maneiras possíveis. A razão para preservar essa arena privilegiada não é satisfazer a vontade dos escritores para dizerem e fazerem o que entenderem. É porque nós, todos nós, leitores e escritores e cidadãos e generais e sacerdotes, precisamos desse pequeno quarto de aspecto irrelevante. Não precisamos de lhe chamar sagrado, mas precisamos de nos recordar de que é necessário.
(...)
Por esse mundo fora, nos lugares em que o pequeno quarto da literatura foi fechado, mais cedo ou mais tarde as paredes começaram a ruir.

Salman Rushdie, in Mas já nada é sagrado? - Granta 2

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