20/05/14

olhados pelas coisas que olhamos.

© Miller Mobley

"Aprendemos então certas astúcias, por exemplo: é preciso apanhar a ocasional distracção das coisas, e desaparecer; fugir para o outro lado, onde elas nem suspeitam da nossa consciência; e apanhá-las quando fecham as pálpebras, um momento, rápidas, e rapidamente pô-las sob o nosso senhorio, apanhar as coisas durante a sua fortuita distracção, um interregno, um instante oblíquo, e enriquecer e  intoxicar a vida com essas misteriosas coisas roubadas." 

Herberto Helder, in Servidões

Sem comentários:

Enviar um comentário