Foi uma tarde imensa... em que fomos deixando perpassar, por entre o encadeamento das palavras, os inexplicáveis e indizíveis afectos. E dali, entrámos numa outra casa. Uma casa bonita que não só fala, como exala o perfume das pessoas bonitas que sempre por lá viveram. Fomos até lá para ver os livros do avô. E não só me deram o privilégio de passear os meus dedos por cada um deles, como me deixaram que trouxesse tanta coisa bonita. Todas lidas pelo avô que, agora, quando escrevo, vejo a sorrir como quando a ele me dirigi, levando alto, nos braços, como se fosse a voar, a cabeça loura, em turra, do bisneto. Pessoas e afectos. A cerca segura e quente do que ainda me faz sentir viva...
"Tudo quanto sugere, ou exprime o que não exprime.
ResponderEliminarTudo o que diz o que não diz,
E a alma sonha, diferente e distraída."
[Álvaro de Campos]
Beijo-te,
E hei-de passar um fio através dos meus poemas para que o tempo
ResponderEliminare os acontecimentos fiquem unidos,
E todas as coisas do universo sejam milagres perfeitos, cada um tão
profundo como os outros.
Não irei escrever poemas que se refiram a partes,
Mas hei-de escrever poemas, canções, pensamentos que se refiram
ao todo,
E não hei-de cantar referindo-me a um dia, mas sim referindo-me
a todos os dias,
E não hei-de fazer um poema ou a mínima parte de um poema
que não se refira à alma.
Porque, após ter olhado para os objectos do Universo, vi que não
existe um, nem uma partícula de um que não se refira à
alma.
Walt Whitman
Assim mesmo, 'unidos num juramento de ferro'.
Beijo-te