The Irrepressibles | Mirror Mirror, 2010
"Uma tristeza sepulcral habita estes bosques.
Há um escasso feixe da distante luz solar que perfura o maciço das copas
e ilumina a terra. Como é profundo o silêncio. Interrompido apenas pelo sussurro
do vento inquieto ao passar por estes bosques velhos. Chega-nos ao ouvido
a estranha melodia feita aqui na morada selvagem." F.M.
E estavas tu à minha espera todos estes anos! Um pensamento maravilhoso.Se eu o soubesse, algumas lágrimas teriam sido desnecessárias, todas as minhas dúvidas e receios teriam sido alegria, tristeza, prazer.
ResponderEliminarBeijo-te,
Uma palavra. Disse-a. Amo-te - uma palavra breve. Quantos milhões de palavras eu disse durante a vida. E ouvi. E pensei. Tudo se desfez. Palavras sem inteira significação em si...Palavras que remetiam umas para as outras e se encostavam umas às outras para se aguentarem na sua rede aérea de sons. Mas houve uma palavra - meu Deus. Uma palavra que eu disse e repercutiu em ti, palavra cheia, quente de sangue, palavra vinda das vísceras, da minha vida inteira, do universo que nela se conglomerava, palavra total. Todas as outras palavras estavam a mais e dispensavam-se e eram uma articulação ridícula de sons e mobilizavam apenas a parte mecânica de mim, a parte frágil e vã.
ResponderEliminarPalavra absoluta no entendimento profundo do meu olhar no teu, palavra infinita como o verbo divino.
Uma palavra. Recupero-a agora... Amo-te. Na intimidade exclusiva e ciumenta do nosso olhar mútuo e encantado. Fecha-nos o lençol na claridade difusa do amanhecer, estás perto de mim no intocável da tua doçura. Frágil de névoa. Fímbria de sorriso e de receio, de pavor, no meu olhar embevecido. Uma palavra. A primeira que em toda a minha vida me esgotou o ser. A que foi tão completa e absorvente, que tudo o mais foi um excesso na criação. Deus esgotou em mim, na minha boca, todo o prodígio do seu poder. Ao princípio era a palavra. Eu a soube. E nada mais houve depois dela." Vergílio Ferreira
Amo-te,