Ela morreu Como morre no Oriente a nuvem vermelha ao romper do dia,
A nuvem de beleza imensa que o sol inveja
E em glória se alevanta para roubar
A sua cor.
Ela morreu Como morre o clarão breve e fugaz da luz do Sol
Que a sombra persegue correndo veloz.
Não mais cai a chuva, a glória passou e ela morreu
Como o arco-íris.
Ela morreu Como morre a neve na praia caída à beira do mar
E a maré subindo, serena e lenta e sem piedade
E vai cobrindo sem nunca ver nem admirar
Sua brancura.
Ela morreu Como morre a voz da harpa que ao soar vai esmorecendo doce e
solene.
Como num conto de encantar ela morreu
Um conto que ninguém ouvira e estava ainda
Em seu início.
Ela morreu Como morre o luar que da Lua desce
E o marinheiro da noite escura se arreceia.
Como um sonho doce ela morreu e ao sonhador veio
A tristeza.
Ela morreu Ao acordar sua beleza, Sem ela o Céu
Não fora o Céu. Ela morreu e assim o Sol
Na madrugada se vai erguer e apagar.
Evan Maccoll
Vira o olhar à procura de um regresso; aponta para o céu que a claridade incendeia; a luz reflecte-se nos seus olhos, e nos seus lábios um nome sussurrado. Tu pensas, ao ouvir falar algumas pessoas, que esta mulher irá para onde o sol se põe.
ResponderEliminarBeijo-te,
há muitas maneiras de pensar nesta dor,
ResponderEliminarnesta ferida que tarda em ir,
eu digo que é a Primavera a fazer campo na minha dor,
no meu luto,
eu sei que é a Primavera a chegar...
é este tempo em flor que devo aos meus vivos,
devo-lhes uma primavera inusitada,
a espuma, o incenso, a flor,
vou cumpri-la devagar, cândida, doce e deslumbradamente
como uma promessa, um rasto de vida,
coisas de vivos.
Por ti, por nós. E grata por estares 'tão aqui sempre', nos dias mais tristes da minha existência.
Beijo-te e abraço-te,