Se estiveres
curiosa acerca do que escrevo, não te posso ser útil, nunca soube falar dos
meus romances. Mas conto-te uma história: há uns anos encontrei num hospital
psiquiátrico um doente que me disse: tudo o que não vivi, li. Confesso que
gostaria muito de ter inventado aquele homem louco e de ter sido eu a criar
aquela frase. Mas o homem louco não é mentira nenhuma. O louco existia mesmo,
dolorosamente em carne e osso, com aquela frase naquela tarde acobreada de
Outono. Tudo o que não vivi, li.
Dulce Maria Cardoso, in Autobiografia - Tudo São Histórias de Amor
Sem comentários:
Enviar um comentário