02/03/13


© Ryan McGinley


É duração que acontece
quando, na criança,
que já não é criança nenhuma
– talvez já seja um ancião –,
volto a encontrar os olhos da criança.

A duração não existe na pedra
antiquíssima e eterna,
mas sim no transitório,
no que é brando e sensível.

Lágrimas da duração, tão raras!,
lágrimas de alegria.

Impulsos inconstantes da duração,
que não se podem pedir
nem numa prece implorar:
estais agora reunidos e articulados
para formar o poema.

Peter Handke

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