© Sebastião Salgado |
Sebastião Salgado: "Somos um animal muito feroz, um animal terrível, nós, os humanos. Seja na Europa, seja em África, seja na América Latina, seja onde for. Somos de uma violência extrema. A nossa história é uma história de guerras. É uma história interminável, uma história de opressão, uma história de loucura. (...) Toda a gente devia ver estas imagens [Ruanda], ver como a nossa espécie é terrível. (...) Quando saí dali, vinha doente. Muito doente, o meu corpo estava muito doente. Não tinha nenhuma doença infecciosa mas trazia a alma doente. (...) Retirei-me daqui... sem acreditar fosse no que fosse. Deixei de acreditar que houvesse salvação para a espécie humana. É impossível sobreviver a tal coisa. Nem merecíamos viver. Ninguém merecia viver... Quantas vezes pousei a câmara para chorar aquilo que via?..."
Wim Wenders: "Sebastião vira a escuridão bem no seu âmago. E questionava o seu trabalho enquanto fotógrafo social e testemunha da condição humana. O que lhe restava fazer, depois do Ruanda? (...). A Terra sarou o desespero de Sebastião."
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