28/02/14

O que nunca direi

© Rita Carmo | Aldina Duarte

Não, não há derrota, não, ninguém esmaga, nem o tempo mata. 
No canto imparável da Aldina, há um entusiasmo que nos empurra, nos abraça, ouvimos-lhe a canção cantando com ela, e conquistamos o xaile, o cravo, a rua, o passeio, o dia livre, conquistamos a vida. 
Por melancólicas ou angustiadas que sejam as palavras, há um jeito que a Aldina lhes dá, uma voltinha de coragem que as torna sempre entusiasmantes.
Não a ouvimos metidos para dentro, no silêncio, não, eu ouça-a de manhã.
Porque o seu canto vence a noite, é o dia que ela nos escancara. 
É um canto à janela, por deserta e soturna que seja a rua por onde andamos.
É entusiasmante, sim, entusiasma-me sempre cada uma das palavras, cada verso, cada cantiga, esta Aldina.


Jorge Silva Melo

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