12/01/13

© André Kertesz, 1974
© André Kertesz, 1974 



"O que faz um livro viver? Quantas vezes se põe esta questão! A resposta, segundo creio, é simples. Um livro vive devido à recomendação apaixonada que um leitor faz a outro. Nada consegue reprimir este impulso básico do ser humano. 
(...) 
Um livro não é apenas um amigo, cria novas amizades. Quando possuímos um livro com a mente e o espírito, ficamos enriquecidos. Mas quando o passamos a alguém, enriquecemos o triplo.
(...)
Sou daqueles leitores que, de tempos a tempos, copia longos excertos de livros que lê. Encontro essas citações por todo o lado, sempre que começo a remexer nas minhas coisas.
(...)
Era frequente copiar frases destas em letras maiúsculas, que colocava por cima das porta para que, ao sair, os meus amigos não pudessem evitar lê-las. Algumas pessoas têm a tendência oposta - mantêm secretas estas revelações preciosas. A minha fraqueza é bradar dos telhados sempre que penso ter descoberto qualquer coisa de importância vital. Ao ter minar um livro maravilhoso, por exemplo, sento-me quase sempre a escrever cartas aos  meus amigos, por vezes ao autor, e ocasionalmente ao editor. A experiência torna-se uma parte da minha conversa diária, entra na própria comida e na bebida que consumo. Chamei a isto uma fraqueza. Talvez não o seja."

Henry Miller, in Os livros da minha vida

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