© The Irrepressibles & Opera Company Hotel Pro Forma | War Sum Up, 2011
“Meu
Caro Fernando [Assis Pacheco] e Poeta,
Li
ontem à noite e hoje de manhãzinha, de um fôlego, a sua lira. Deu-me um prazer
imenso, intenso – mas não tenso, penso –, um prazer gozado como aquele que dá
uma gostosa, luminosa e instrutiva conversa.
E a
poesia, se não for sobretudo isso (uma conversa) – lembrava-o o Eliot, veja lá!
– não chega bem a ser coisa nenhuma. Você fala de quase tudo quanto, na vida, é
importante e fala, tornando-o, para nós, também importante. É que, às vezes,
esquecemo-nos, e é ao poeta que compete reacender-nos a lembrança.
Por
outro lado, V. torna-nos, sem violência, de mansinho, habitantes da sua
paróquia de assombros, amores, guerra, paz, aprendizagens, revelações,
desapontamentos, medos, premonições e amizades (fiz-me assim amigo do falecido
padre seu amigo, com quem V. falava de poesia). V. gosta da língua, das
palavras (e da malícia que elas têm), mas gosta ainda mais daquilo para que
elas servem."
Eugénio
Lisboa, in JL, 17.9.91
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