o mar ficou de repente perto
sobre esta praia travamos lutas
para as quais só muito depois
encontramos um motivo
era à pedrada que nos defendiamos
do riso mais inocente
ou de um amor
Mas aquilo que nunca esquecemos
deixa de pertencer-nos e nem notamos
Estamos sós com a noite
para salvar um coração."
José Tolentino de Mendonça, in A direcção do sangue
[obrigada Dina e Ana]
Acrescento: "Por
fim, talvez precisemos compreender que no curso do nosso caminho,
colectivo e pessoal, as crises «nos acontecem para que seja evitado o
pior». E o que é o pior? [Christiane] Singer escreve: «O pior é ter tido
a infelicidade de atravessar
a vida sem naufrágios, é ter ficado apenas à superfície das coisas, ter
dançado um baile de sombras, ter ficado a chapinhar no pântano do "diz
que diz", das aparências» e nunca ter habitado uma vida que lhe
pertencesse." José Tolentino Mendonça
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